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Corantes nos nossos pratos: amigos ou inimigos da nossa saúde?
Corantes nos nossos pratos: amigos ou inimigos da nossa saúde?
quinta 26 setembro 2024 14:09
Imagem: Freepik
Os corantes alimentares são substâncias adicionadas aos alimentos para alterar ou intensificar sua cor. Em resumo, eles servem para tornar os alimentos mais atraentes visualmente. Eles podem ser de origem natural, extraídos de plantas ou animais, ou artificial, produzidos em laboratórios por meio de processos químicos.
Enquanto os corantes naturais são extraídos de fontes vegetais ou animais e estão mais próximos da natureza, os artificiais, criados em laboratório, permitem cores mais intensas e duradouras, garantindo uma aparência uniforme do produto final. Mas quais são os riscos do consumo de muitos corantes artificiais?
Onde é possível encontrar corantes alimentares?
Os corantes alimentares artificiais são amplamente utilizados em vários produtos industriais. Alguns dos alimentos e bebidas mais comuns que contêm corantes incluem:
- Doces: balas, chocolates, sorvetes e salgadinhos doces.
- Refrigerantes: muitos refrigerantes e bebidas energéticas contêm corantes.
- Produtos de panificação: biscoitos, bolos embalados e salgadinhos geralmente usam corantes para melhorar a aparência do produto.
- Alimentos processados: cereais matinais, sopas prontas e batatas fritas em sacos.
- Alimentos infantis: iogurte aromatizado, sucos de frutas e balas.
- Condimentos e molhos: ketchup, mostarda, maionese colorida e outros molhos pré-embalados.
Como descobrir se um produto contém corantes artificiais?
Para saber se um alimento contém corantes artificiais, o primeiro passo é ler o rótulo com atenção. Os corantes artificiais são indicados pela letra "E" seguida de um número. Veja abaixo uma lista dos corantes artificiais mais comuns:
- Amaranto (E123): Vermelho escuro, usado em bebidas, sorvetes e produtos de panificação.
- Indigotina (E132): azul intenso, usado em bebidas, sorvetes e produtos de panificação.
- Caramelo (E150): marrom, usado em bebidas, doces e produtos de panificação
- Pretobrilhante (E151): Preto, usado em coberturas de bolos e doces.
- Vermelho cochonilha (E124) Vermelho escuro, usado em sevande, sorvetes e produtos de panificação
- Sunset Yellow (E110) Amarelo alaranjado, usado em molhos, queijos e sobremesas
- Allura Red (E129) Vermelho brilhante, usado em doces, sorvetes e bebidas
- Brilliant blue(E133) Azul brilhante, usado em bebidas, sorvetes e sobremesas
Quais são os riscos associados aos corantes alimentares?
Embora sejam considerados seguros pelas autoridades competentes, vários estudos científicos destacaram os possíveis riscos associados ao uso prolongado e à ingestão excessiva de corantes artificiais. As possíveis consequências para a saúde associadas a esses aditivos incluem:
- Reações alérgicas: Nem todo mundo tolera bem os corantes artificiais. Eles podem causar reações alérgicas, como erupções cutâneas, urticária ou problemas respiratórios. Um exemplo é o corante vermelho E120 (cochonilha), derivado de insetos, que pode causar alergias em algumas pessoas
- Problemas de comportamento em crianças: há um interesse científico crescente no impacto dos corantes artificiais sobre o comportamento das crianças. Alguns estudos mostraram uma possível ligação entre o consumo de determinados corantes, como a tartrazina (E102), e o aumento dos sintomas de hiperatividade e distúrbios de atenção em crianças particularmente sensíveis.
- Efeitos tóxicos de longo prazo: alguns estudos anteriores sugeriram uma possível ligação entre determinados corantes artificiais e o desenvolvimento de tumores em animais. Entretanto, as pesquisas sobre os efeitos desses corantes em seres humanos ainda não apresentaram resultados conclusivos. O corante azul brilhante (E133) tem sido objeto de atenção especial por parte dos cientistas devido aos possíveis riscos à saúde e, consequentemente, foi submetido a várias avaliações.
Como evitar corantes alimentícios
Evitar corantes alimentares artificiais pode parecer complicado, mas os benefícios para a saúde, especialmente para crianças pequenas, tornam esse esforço definitivamente recompensador. Aqui estão alguns hábitos a serem adotados:
- Leia bem os rótulos: verifique a presença de acrônimos como "E" seguido de um número (por exemplo, E102, E110, E133), que identificam os corantes alimentares aprovados pela União Europeia. Prefira alimentos que não contenham esses acrônimos ou que usem corantes naturais.
- Prefira alimentos frescos e não processados: para reduzir os corantes artificiais, escolha alimentos naturais, como frutas, legumes, grãos integrais e carne fresca. Esses alimentos não contêm aditivos e são mais saudáveis para o corpo.
- Escolha alternativas naturais: há uma tendência crescente no setor alimentício de substituir os corantes artificiais por alternativas naturais. A cúrcuma, a clorofila e o extrato de beterraba são apenas alguns exemplos de ingredientes naturais usados para colorir os alimentos de forma mais saudável e sustentável
- Preparar os alimentos em casa: cozinhar em casa com ingredientes frescos nos permite ter controle total sobre o que comemos. Dessa forma, podemos evitar a adição de corantes e outros aditivos que podem ser prejudiciais à nossa saúde.
Conclusões:
Os corantes alimentares, usados para tornar os alimentos mais atraentes, estão sujeitos a rígidos controles de saúde. Entretanto, estudos científicos demonstraram possíveis correlações entre o consumo excessivo e determinados problemas de saúde, como a hiperatividade em crianças. Para reduzir a exposição a esses aditivos, é aconselhável preferir alimentos frescos, sazonais e orgânicos, e ler os rótulos com atenção, tentando identificar os corantes artificiais pelas iniciais "E" seguidas de um número.